“Trata-se de um peddy paper com alguns ingredientes de escape games”, refere Eduardo Alves, proprietário do Brain Maze. “As equipas vão procurar pistas para decifrar enigmas escondidos nesta zona da cidade”, complementa. “Queremos recompensar os nossos seguidores com novos quebra-cabeças e ver as equipas mais competitivas a correr pelas ruas e as mais descontraídas a passear enquanto resolvem os desafios”, afirma João Alves, proprietário do Puzzle Room.
Habituado aos mistérios em ambientes de clausura, Eduardo sublinha que organizar um evento “fora de portas” é um desafio para os criadores. Para além das questões logísticas, “há que reinventar o que foi feito nos anos anteriores”.
É já a terceira edição do “239 Enigma Challenge”, que ocorre anualmente no âmbito da iniciativa Noites Temáticas, promovida pela Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) durante os meses de Julho, Agosto, Setembro e Outubro, sempre nas últimas sextas-feiras de cada mês, onde são organizados eventos para dinamizar a baixa da cidade.
Vítor Marques, presidente da APBC, caracteriza o evento como “muito interessante” e mostra-se convicto que o mesmo terá uma adesão significativa. “Continuamos a acreditar na Baixa e queremos contribuir para a dinamização dessa zona”. Agradece a disponibilidade dos lojistas e deixa uma recomendação geral para a noite de sexta-feira: “Tenham as lojas abertas ou mantenham as luzes ligadas para que as pessoas possam ver os vossos artigos”.
Essa estratégia de dinamização tem funcionado com o “239 Enigma Challenge”. Na primeira edição, em 2016, houve 300 participantes a deambular pelas ruas da Baixa em busca de soluções para o repto lançado. “A premissa foi alcançada”, afirma João: “Levar pessoas à Baixa e fazê-las interagir com o comércio local sob a forma de jogo de rua e loja”. Eduardo sorri e complementa: “São momentos cheios de animação, entusiasmo, alguma correria, com comerciantes de sorriso na cara e curiosos com todo este movimento à sua volta”.
A adesão entusiástica manteve-se na segunda edição da iniciativa. “Mais uma vez houve cerca de 60 equipas em jogo”, diz João, avançando que esse é o número limite de inscrições. Na presente edição, aumentaram para 70, mas o ritmo de inscrições não diminuiu, pelo que as mesmas podem já estar esgotadas no preciso momento em que este texto é escrito.
“Muitos participantes são aficionados de escape games e vêm de propósito à Baixa para este evento”, afirma Eduardo. Aliando a esse público fiel o crescente número de pessoas intrigadas e curiosas com o evento, é fácil de perceber a adesão frenética que o caracteriza. “É gratificante constatar isso”, refere João.
Sexta-feira, entre as 18 e as 23, vão ser cinco horas “non-stop”, desta vez com um desafio muito específico. O tema é “Há um tubarão escondido na Baixa”. “Convocam-se todos os corajosos ou somente curiosos a descerem às profundezas da Baixa de Coimbra a fim de descobrirem o seu esconderijo”, desafia Eduardo. Apesar da temática aquática, João aconselha equipamento bem terrestre: “Tragam papel e lápis e, sobretudo, sapatilhas”. Frisa a última palavra. “Há uns quantos quilómetros a percorrer”. Faz uma pausa e prossegue: “E mais alguns, caso se enganem em algum momento”. Eduardo esboça um sorriso cúmplice e complementa: “Todos aqueles que aceitarem o desafio serão recompensados, mas apenas os mais rápidos a encontrar o tubarão serão premiados.”
Se tivermos em conta que Coimbra está a meia centena de quilómetros do mar, a temática escolhida é particularmente intrigante e causa alguma estranheza. Ambos percecionam-na. Deixam uma garantia: “Tudo fará sentido no fim”.
Consultem a página do Facebook do evento para mais informações.
Se quiserem obter mais informações sobre a actividade de turismo experiencial dos escape rooms, podem ler (ou reler) a nossa reportagem:
Capítulo I (Coimbra)
Capítulo II (Aveiro)
Capitulo III (Leiria)
Capitulo IV (Viseu, Óbidos, Torres Vedras)
Capitulo V (Tomar)