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1 de outubro de 2018

Turismo assustador regressa a colégio abandonado em Tomar


No quinto capítulo da nossa reportagem "Turismo Experiencial (des)tranca Portas no Centro", revelámos a história da Mysterio, uma associação em Tomar cuja atividade funde um escape room com teatro imersivo de terror. 

Os primeiros dois eventos organizados pela associação, intitulados “Vultos e Vultos 2”, estiveram em atividade durante 10 meses e contaram com mais de meio milhar de participantes que exploraram os recantos sombrios de um antigo colégio abandonado em Tomar. Todas as noites de sexta-feira e sábado, entravam no espaço em busca de pistas para desvendar um alegado mistério. No entanto, rapidamente constatavam que não se tratava de uma missão de exploração, mas de sobrevivência. 

Esta Primavera, o empreendedor por trás da atividade, Leonel Alves, resolveu expandir o conceito para o exterior e organizou "Medo na Mata". Caracterizou o evento desta forma: “Uma experiência de terror outdoor em que vários pesadelos se materializam numa mística e lendária floresta perto de Tomar”. E caracterizou, minuciosamente, algumas dezenas de figurantes que deambularam pelo bosque nessa noite a aterrorizar os audazes que lá aceitaram entrar. “Inspirámos-nos em personagens de filmes de terror, de videojogos e da mitologia portuguesa”. A adesão ao evento superou as expectativas. A organização esperava 100 pessoas. Acabaram por ser mais de trezentas a aceitar o repto e enfrentar o medo numa mata recheada de monstros, bruxas, ninjas, lobisomens, assassinos em série e até enfermeiras mortas-vivas. 

Agora, já neste mês de Outubro, Leonel informa que arranca o terceiro evento no antigo Colégio Nun´Alvares, que já serviu de palco aos dois anteriores. “O nosso novo projeto irá consistir num evento de Terror imersivo pioneiro no nosso país”, garante Leonel. Arregala os olhos e acrescenta: “Arrisco dizer na Europa”.
O evento terá enigmas e encenações de teatro interativo, mas desta vez "com foco num ambiente mais estranho, caótico e até incoerente”. Leonel explica que emoções como o medo, a tensão ou o pânico advirão, precisamente, “dessa confusão e de aspetos inesperados nas diversas zonas do edifício”.
O enredo remete os visitantes para uma “viagem psicológica meio alucinatória”. No meio de todo esse caos, terão de manter o discernimento para estabelecer um sentido, pois só assim vão conseguir avançar por entre as várias zonas do colégio abandonado. 

Leonel explica que a “diferença fundamental” deste novo evento em relação ao Vultos 2 é que este último apostava numa “narrativa mais linear e realista, envolvendo vírus, infetados agressivos e militares”, com a decoração das salas e resolução de enigmas a seguir a mesma temática. “No ASILO apostamos no contrário, com zonas diferentes umas das outras e ameaças variadas”, refere. 
Sem abrir demasiado o livro relativamente ao que espera os visitantes, o proprietário da Mysterio deixa algumas advertências: “Este evento é direcionado a fãs de experiência intensas e radicais e amantes do terror e do suspense. Os visitantes devem vir mentalizados que estarão num ambiente caótico, agressivo, desagradável, sujo, húmido e com maiores exigências de mobilidade”. Esta última característica desperta alguma curiosidade. Leonel sacia-a de imediato: “Há zonas em que tanto poderão ter que subir para cima de uma mesa como rastejar por debaixo dela. Esperem o inesperado”. 
Informa ainda que a idade mínima para participar é 16 anos, embora o evento “se adeqúe a maiores de 18”. 

As obras e trabalhos de adaptação do colégio abandonado têm ocupado grande parte dos últimos meses. “O espaço está a sofrer várias alterações, com pessoal a trabalhar fins-de-semana, cheio de motivação para todo o trabalho que há pela frente”. Decide revelar, embora ligeiramente, um dos segredos mais bem guardados deste novo evento. “Só uma das salas está a ser transformada há semanas. Essa vai ser a mais inesperada”. Leonel deixa escapar um sorriso malicioso, antes de acrescentar: “E mais lixada”. 


Podem obter mais informações sobre este evento aqui