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10 de abril de 2018

Concursos TCP | Tese de Mestrado Finalista | Rita Alexandra Azevedo Lopes


Resumo:

A prática crescente do Turismo de Aventura reflete uma alteração do comportamento dos turistas, com motivações assentes na natureza e na prática de atividades mais ativas e desafiantes. Apesar destas atividades poderem envolver alguns riscos e dificuldades, a sua procura tem vindo a aumentar por parte dos indivíduos portadores de deficiência. Neste sentido, a oferta de produtos acessíveis a indivíduos portadores de deficiências tem sido uma preocupação crescente por parte das organizações turísticas, procurando corresponder a uma procura cada vez maior e mais predisposta. Contudo, esta dimensão nem sempre é acolhida e valorizada por todas as organizações, justificando a pouca relevância atribuída, em parte, pela falta de informação, por questões económicas ou por falta de apoios financeiros para a sua implementação.

O principal objetivo deste estudo é analisar se as empresas de Turismo de Aventura da região Centro estão conscientes da existência do potencial mercado com mobilidade reduzida e, consequentemente, se os seus serviços e atividades estão devidamente adaptados. Assim sendo, numa análise qualitativa levou-se a cabo entrevistas a três responsáveis de empresas de Turismo de Aventura da região Centro, bem como a um indivíduo portador de deficiência motora, a uma pessoa com deficiência visual e a um grupo de idosos. Estas entrevistas tiveram como finalidade compreender tanto o ponto de vista da oferta como da procura no que diz respeito à temática do Turismo de Aventura Acessível. Posteriormente, numa análise quantitativa, desenvolveu-se um inquérito por questionário que foi enviado online a 451 empresas de Turismo de Aventura da região Centro de Portugal.

Conclui-se que, das 73 empresas de Turismo de Aventura que responderam ao inquérito, cerca de metade possuem atividades e/ou serviços adaptados a indivíduos portadores de deficiência. Apesar de se denotar algum interesse por parte das empresas em apostar na acessibilidade das suas atividades e serviços num futuro próximo, muitas delas veem o processo de adaptação como sendo um processo dispendioso e moroso que, de um modo geral, não implica um aumento do número de participantes nas suas atividades e, previsivelmente, não provoca um acréscimo das vendas da empresa e dos seus proveitos. O presente trabalho permitirá às empresas de Turismo de Aventura possuirem mais conhecimento sobre a acessibilidade e assim se posicionarem no mercado em espaços ainda não preenchidos.